domingo, 15 de agosto de 2010

Bahia, 26 de maio de 2010.



Abusada.
Espaçosa maldita, metida menina.
E ela que sempre chagava sem me avisar.
Me abria a porta, entrava sem pedir permissão.
Nunca se preocupou, em saber ao certo, se eu a queria metida por perto.

Chegou cheia de si.
Dominadora e controladora.
Conquistou o ambiente com dois tempos de chegada.
Presunçosa e presente.
Soube o poder que de fato exercia no fato consumado de 'estar'.

Ai, papai...

Como ela invade o que eu defino como meu espaço.
Ela me deixa fora de mim...
E quando eu saio,
Ela ocupa esse espaço e como isso me irrita.

Me irritava sempre.
Irritava-me muito, quase que demasiadamente.
E eu que jamais entendia que por mais irritada possível.
Não lhe vetava... (Eu não me proibia!)

Por que quando ela partia.
Toda vez eu entendia.

Ela me penetrava
Ela me possuia
Isso por que eu deixava
Por que em tudo que ela se metia
Era em mim o espaço, que quando vazio, doia.
O espaço do vazio que a danada preenchia
O espaço que doído e vazio, pensa e sente a falta que faz a Bela e Metida que sempre cabia.

Mas, se um dia ela cabia
É por que eu não preenchia
Pois se ela completa
Eu sou a desconecta

E quem disse que não sobra tempo para uma paixão adormecida?

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