Você transformou a tua dor em armadura
E foi tão fiel a teu sentimento
Que sofreu sentindo sozinho
A dor de um coração que murcha vazio
É um exercício narcisista. É uma auto-analise dentro da minha dialética. É o revelar de o meu despir. É meu egoísmo despencando do abismo.
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem...
Fernando Pessoa